REFUTANDO O CATOLICISMO

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O presente artigo é uma síntese de vários pontos abordados por um católico ao enviar uma carta e refutado por mim em seguida, explicando e contra-argumentando as objeções católicas ao protestantismo. Para quem quiser ler a carta dele com a minha resposta completa, clique aqui

 

Eu achei interessante criar uma página no menu sobre este debate por tratar de temas importantes que dividem católicos e evangélicos, tais como as divisões existentes dentro do catolicismo (ponto 2), os crimes cometidos pela Igreja durante séculos (ponto 3), o “sacrifício de Cristo” na missa (ponto 5), a justificação pela fé (ponto 6), a refutação de acusações e calúnias contra Lutero (ponto 7) e a refutação à canonicidade dos livros apócrifos (ponto 8 e 9). Alguns destes temas eu não havia abordado antes em um artigo específico, por isso julguei conveniente abordá-los aqui também. 

 

Segue-se então a minha resposta a tais argumentos. 

 

 

Resposta
 
Ponto 1. Você me criticou pelo fato de usar dados do IBGE contra a suposta unidade da Igreja Católica. Eu veementemente discordo disso por várias razões. Em primeiro lugar, porque se você analisar com atenção os sites católicos que falam das “várias denominações protestantes”, verá que eles também usam dados do IBGE para isso.
 
Em outras palavras, por que os católicos podem usar dados do IBGE contra a unidade protestante mas eu não posso fazer exatamente a mesma coisa e fazer uso do mesmo recurso deles contra a unidade católica? Ora, dois pesos, duas medidas! Se você discorda destes dados então refute o IBGE; caso contrário, se discorda do fato de usar estes dados, então teria que discordar também de todos os outros sites católicos que fazem precisamente a mesma coisa conosco.
 
Eu sinceramente não vejo qualquer problema nisso, o único problema seria dizer que vocês podem e a gente não. Isso é uma falácia completa e vai contra as normas do bom senso em um debate. Se vocês atacam com “dados do IBGE”, nós podemos com razão contra-atacar com estes mesmos dados para mostrarmos as contradições católicas que são ainda mais evidentes.
 
 
Ponto 2. Você diz que “existe uma só Igreja Católica”, mas isso é o que todo mundo diz! Se você for na RCC, eles dirão que “existe uma só Igreja Católica” e que é a deles. Se você for na Igreja Ortodoxa, você verá eles dizendo que “existe uma só Igreja Católica” e que é a deles. Se você for pro grupo da “Teologia da Libertação”, ouvirá sempre a mesma coisa.
 
Então, o simples fato de dizer que “existe uma só Igreja Católica” não muda e nem tampouco acrescenta coisa alguma, muito menos minimiza as contradições e divergências doutrinárias existentes entre essas várias “igrejas católicas”, todas elas dizendo que são “uma só”, mas pregando coisas diferentes. Creio que você retirou isso do meu artigo sobre “A Igreja Católica é a Igreja de Cristo?”. Então você certamente poderá me responder se você crê naquilo que a Igreja CATÓLICA Ortodoxa diz que não existe o purgatório e nem a supremacia do bispo romano, muito menos boa parte dos dogmas marianos inventados milênios mais tarde.
 
Você também poderá me responder se você crê naquilo que a Renovação Carismática CATÓLICA diz, acerca de cura e libertação que eles copiaram descaradamente do pentecostalismo brasileiro, da atualidade do dom de línguas que simplesmente não existe nas igrejas católicas tradicionais, ou nas doutrinas pregadas no Concílio Vaticano II que são vigorosamente rejeitadas pelos mais tradicionais. Enfim, eu poderia passar milhões de exemplos aqui, mas disse que seria sucinto. Não nego as divergências no meio protestante – você poderia passar um monte delas aqui também, tanto de igrejas quanto de doutrinas. Mas quem tem telhado de vidro não deve atirar pedras no vizinho.
 
Se vocês criticam tanto as “divisões” evangélicas, vocês deveriam ser o Supra-Sumo da unidade absoluta do Cristianismo para fazerem tal acusação. Mas quando tiramos pra fora a sujeira escondida debaixo do tapete, vemos que vocês também tem tantas contradições consigo mesmos que seria hipocrisia falar do próximo. Como Jesus disse: “Como você pode dizer ao seu irmão: ‘Deixe-me tirar o cisco do seu olho’, quando há uma viga no seu? Hipócrita, tire primeiro a viga do seu olho, e então você verá claramente para tirar o cisco do olho do seu irmão” (Mt.7:4,5).
 
 
Ponto 3. Você disse que “acho equivocada a sua posição de condenar a Igreja Católica como um todo devido a erros de alguns homens que realmente macularam e muito a imagem da Igreja” e alegou também que “condenar a Igreja por isso seria o mesmo que eu condenar a Missão e Vida de Jesus por um dos seus apostolos ter se perdido”. Sinto muito, mas vou ter que discordar deste ponto também.
 
Se você ler meus artigos com atenção, verá que eu rarissimamente toco em algum ponto particular de alguma pessoa para ferir toda uma instituição (como seria no “exemplo de Judas” que você passou com muita exatidão). Eu não pego o exemplo do padre Jonas ensinando os seus fieis a falarem em línguas para dizer que toda a Igreja Católica Romana ensina a fazer o mesmo.
 
Eu não pego exemplos isolados, como você induz que eu faço. É por isso que minhas alegações são sempre fundamentadas naquilo que era (ou é) crido por toda a Igreja de modo geral, atestado e confirmado pelo próprio papa, e só então eu faço as minhas colocações. Por exemplo, eu faço geralmente duas alegações sobre coisas universalmente aceitas pela Igreja Católica na Idade Média, que manchou e corrompeu essa instituição religiosa até o limite. São elas:
 
a) A “Santa” Inquisição. Ela matou, exterminou, queimou e torturou MILHÕES de pessoas – muitas delas inocentes, incriminadas somente pelo fato de discordarem de Roma! E ela era aprovada por TODA a Igreja, era aprovada por TODOS os PAPAS que passaram por ela durante mais de três séculos de vigência, nenhum deles foi contra ela ou tentou abolir tal coisa, todos eles tinham total conhecimento daquilo que estava acontecendo e todos eles eram a favor de tal atrocidade humana sem precedentes. Este definitivamente não foi um “caso isolado”!
 
Ocorreu durante três séculos, o próprio Papa (João Paulo II) teve que pedir perdão por tal atrocidade anti-humana (e não se pede perdão por algo que não fez!), e se tal coisa fosse correta estariam torturando e queimando gente até hoje! Em outras palavras, a Igreja sujou suas mãos com montões de sangue inocente derramado em martírio, abominação tal que foi aprovada com o consentimento dos papas e de todo o clero da Igreja Católica, que terá que prestar contas a Deus por todo o mal que causou.
 
b) A venda de indulgências. No início, Lutero acusava Tetzel de vender indulgências sem o consentimento do papa, pois pensava que tal coisa era um ato isolado da parte dele, e escreveu as 95 teses acusando tal homem contra o papa, ainda crendo que o papa não tinha conhecimento disso e que, quando tivesse, iria condenar vigorosamente tal absurdo.
 
Porém, quando o papa leu as 95 teses que condenavam as indulgências, ele, ao invés de condenar Tetzel, condenou Lutero! Quando Lutero viu que o próprio papa (que pensava não ter nada a ver com o assunto) também estava por trás disso tudo e ainda estava querendo construir uma Basílica de São Pedro e enriquecer com base na venda da salvação (ou da libertação das “almas do purgatório”), começou a atacar vigorosamente o papa.
 
Em outras palavras, a venda da salvação era um completo absurdo praticado na Idade Média e que ninguém em sã consciência faria o mesmo nos dias de hoje, mas naquela época em aprovada pelo papa e, consequentemente, pela Igreja Católica! Se você fosse pobre, estava perdido, coitado de você. Mas, se fosse rico, poderia cometer o pecado que quisesse (até mesmo o de “violentar a mãe de Deus” [tese 75]) que, se pagasse ($$$) a eles, estaria completamente absolvido! Ou seja, podia pecar e pecar a vontade, fornicar, assassinar, adulterar, blasfemar... que bastava-se que, tão logo tilintar a moeda lançada na caixa, a alma sairá voando do purgatório para o céu” [tese 27].
 
Como bem disse Lutero:
 
“Por que o papa não esvazia o purgatório por causa do santíssimo amor e da extrema necessidade das almas – o que seria a mais justa de todas as causas –, se redime um número infinito de almas por causa do funestíssimo dinheiro para a construção da basílica – que é uma causa tão insignificante?” (Tese 82)
 
Portanto, caríssimo Junior Souza, eu não estou usando “exemplos isolados” (se fizesse isso, poderia escrever um LIVRO de acusações maior que a Bíblia!), mas casos específicos que foram aprovados pela Igreja de forma geral, cridas pelo clero e que passaram pelo consentimento dos papas ao longo dos séculos – com a sua conseqüente aprovação. E isso eu creio que resume toda a questão.
 
 
Ponto 4. Sobre a Eucaristia, você tem completa razão em afirmar que eu devo ainda fazer um artigo espeficicamente sobre este tema, pois realmente ainda não fiz e estou tentando encontrar uma oportunidade boa para fazê-lo (a sua exortação pode ter ajudado muito nisso...rsrs). Este é um dos temas principais no catolicismo romano e que mais causa divisões entre católicos, luteranos e evangélicos atuais. Portanto, embora eu pudesse escrever milhares de caracteres agora mesmo, vou me reservar a passar uma refutação completa aos seus argumentos quando eu escrever – em breve – um artigo especificamente para desmentir a transubstanciação.
 
 
Ponto 5. Sobre “sacrificar Cristo novamente na missa”, você declarou que eu não fiz um bom estudo a respeito e colocou informações incorretas do que a Igreja Católica diz sobre o assunto”, dando, como exemplo, o fato de que eu disse que “Jesus estaria sendo crucificado e morrendo outras vezes, quando que na verdade a Igreja Católica não ensina isso, pois o Sacrifício é único”. Presumo então que você certamente não deve ter dado uma boa lida no Concílio de Trento (considerado infalível pelos romanistas), que contradiz essa sua afirmação e corrobora exatamente com a minha. Vejamos com atenção as palavras ‘infalíveis’ deste Concílio:
 
“Se alguém disser que no sacrifício da Missa não se oferece a Deus um verdadeiro e próprio sacrifício, ou que o oferecê-lo não é outra coisa que dar-se-nos a comer Cristo, seja anátema (Cânon 3)
 
Ou seja, o Concílio de Trento declara categoricamente e sem qualquer hesitação que o sacrifício oferecido na Missa não é nem um pouquinho irreal ou simbólico, mas um “verdadeiro e próprio sacrifício” (mais claro que isso é impossível!), e, para finalizar, eles completam dizendo que a Missa resume-se a “dar-se-nos a comer Cristo” (blasfêmia!). Viu a palavra “SACRIFÍCIO”, ali? Pois é, se você não crê assim, você é “anátema” (amaldiçoado) segundo o Concílio de Trento!
 
É por isso que eu estou muito longe de ser católico, pois eu não poderia crer na verdade, eu teria que crer na Igreja Católica! Você disse com muita sabedoria que a Missa não é uma repetição do sacrifício de Cristo (pois isso é um completo absurdo), mas é exatamente isso o que o Concílio de Trento afirma taxativamente. E sabe o que eu mais me impressiono com isso? Que depois dessa você (e os demais católicos que creem o mesmo) terão que NEGAR e ABNEGAR a tudo o que creem (pela lógica e pelo bom senso), só porque a Igreja Católica disse o contrário!
 
Ou seja, na Igreja Católica você não tem um livre arbítrio – é apenas um robozinho da Igreja. Peço-lhe desculpas por dizer isso, mas é a pura verdade. Você pode crer com todas as suas forças naquilo que considera ser a verdade evidente, mas mesmo assim é forçado a renunciar tudo isso porque um Concílio escrito por algum clérigo e aprovado pelo papa disse o contrário! Isso me lembra aquilo que certa vez disse um monge do Mosteiro de São Bento:
 
“Temos que nos submeter às determinações da Santa Igreja. Embora nossa razão rejeite algum dogma, nossa submissão deve ser incondicional. Se isto é branco e a Santa Igreja diz que é preto, devo-lhe acatar a decisão e renunciar à lógica”
 
Se isso significa ser católico, eu prefiro seguir a Verdade e ser Cristão.
 
 
Ponto 6. Sobre a questão da fé e obras, você disse que eu fiz “uma grande distorção a respeito do assunto”, e mostrou uma suposta declaração da Santa Sé com a Igreja Luterana que realmente não traduz aquilo que a Igreja Católica historicamente afirma. Como você bem deve saber, a Sola Fide (justificação somente pela fé) é uma doutrina crida exclusivamente pelos evangélicos e negada durante séculos pelos católicos! Por que? Simplesmente porque os católicos dizem isso daqui:
 
CONCÍLIO DE TRENTO:
 
834. Cân. 24. Se alguém disser que a justiça recebida não se conserva nem tão pouco se aumenta diante de Deus pelas boas obras, mas que as boas obras somente são frutos e sinais da justificação que se alcançou, e que não é causa do aumento da mesma— seja excomungado [cfr. n° 803].
 
840. Cân. 30. Se alguém disser que a todo pecador penitente, que recebeu a graça da justificação, é de tal modo perdoada a ofensa e desfeita e abolida a obrigação à pena eterna, que não lhe fica obrigação alguma de pena temporal a pagar, seja neste mundo ou no outro, no purgatório, antes que lhe possam ser abertas as portas para o reino dos céus — seja excomungado [cfr. n° 807].
 
Em outras palavras, a Igreja Católica crê que a salvação não é unicamente em virtude da fé, mas sim que, mesmo quando alguém recebe de Deus a graça da justificação, mesmo assim ele NÃO tem a sua ofensa perdoada e nem desfeita! Agora eu só queria saber como é que alguém é justificado por Deus com a graça da justificação e mesmo assim não é sequer perdoado!!! De qualquer forma, isso mostra a incoerência da Igreja Católica, que uma hora crê em uma coisa, outra hora crê em outra. Resumindo em termos simples, os católicos sempre creram que a salvação é:
 
FÉ + OBRAS = JUSTIFICAÇÃO
 
Enquanto que os protestantes, por outro lado, historicamente sempre creram que a salvação é somente pela fé, que gera obras. Este “gerar” é o que faz toda a diferença aqui. Você afirma de forma completamente equivocada que os evangélicos ensinam que basta ter fé que, mesmo sem obra nenhuma e cheio de pecados, o homem pode ser salvo.
 
Essa é uma declaração que foge completamente da verdade. Para nós, as obras não são a causa da salvação, mas uma conseqüência da mesma, como um fruto da fé. Em outras palavras, a fé genuína (salvífica) gera obras (o fruto) de nossa parte. Nós não somos salvos pelas obras, mas sim para as obras. E isso faz toda a diferença! Paulo disse:
 
“Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não por obras, para que ninguém se glorie. Porque somos criação de Deus realizada em Cristo Jesus para fazermos boas obras, as quais Deus preparou de antemão para que nós as praticássemos” (Efésios 2:8-10)
 
Paulo é categórico aqui. Ele afirma que nós somos salvos pela graça, através da fé (ponto final). Para ser mais claro ainda, ele afirma que não é por obras. Isso liquida com o quadro católico (fé + obras = justificação) apresentado acima. A salvação é somente pela graça, através da fé (Sola Fide). Porém, Paulo afirma no verso 10 que nós fomos feitos para as obras.
 
Em outras palavras, as obras não entram junto como a CAUSA da salvação (o que seria “pela”), mas sim como uma CONSEQUENCIA dela (“para”). Entender isso é a coisa mais simples do mundo, embora dificílimo para o clero católico. Os evangélicos sempre afirmaram isso (que as obras não são a causa da salvação, mas um fruto da fé verdadeira), então veio o Concílio de Trento que quis desmentir isso e então disse:
 
834. Cân. 24. Se alguém disser que a justiça recebida não se conserva nem tão pouco se aumenta diante de Deus pelas boas obras, mas que as boas obras somente são frutos e sinais da justificação que se alcançou, e que não é causa do aumento da mesma— seja excomungado [cfr. n° 803].
 
Para o Concíio [infalível] de Trento, as obras aumentam a graça. Isso é uma aberração à luz da Bíblia que diz:
 
E, se é pela graça, já não é mais pelas obras; se fosse, a graça já não seria graça” (Romanos 11:6)
 
Paulo afirma que as obras não podem ser incluídas como causa da graça ou do aumento dela, doutra forma anularia a própria graça! Mas o Concílio de Trento, quinze séculos depois, vai lá e diz exatamente o contrário! E ainda tem a audácia de dizer que as obras NÃO são um “fruto ou sinal da justificação que se alcançou” (o que vimos acima e que você também parece concordar comigo), mas sim a própria CAUSA da graça da justificação!!! E pior: se você não abandona a clareza das Escrituras para crer nisso, você é simplesmente excomungado!
 
 
Ponto 7. Sobre as acusações contra Lutero, elas já foram refutadas há muito tempo por muita gente antes de mim, então nem vale a pena eu refutar de novo cada uma delas e mostrar que tratam-se somente de acusações falsas e injuriosas, na maioria delas forjada  e inventada pelos católicos para caluniá-lo, e que nunca remetem-se a livros escritos pelo próprio Lutero, mas a coisas ditas por terceiros sobre ele. Sobre isso eu recomendo que você acompanhe exaustivas refutações sobre essas lendas em torno de Lutero há muito tempo propagada nos sites católicos sem credibilidade, aqui:
 
 
 
 
 
Então, não há mais o que comentar quanto a isso. Só penso ser benéfico passar o que o próprio Lutero pensava sobre este tema, e não sobre as lendas que disseram sobre ele:
 
“Quando assino à fé posição tão excelsa e rejeito tais obras infiéis, incriminam-me de proibir as boas obras, quando a verdade é que bem quero ensinar obras da fé verdadeiramente boas (Martin Lutero, WA VI, 205)
 
Lutero aqui refuta as lendas que já estavam se formando em torno dele, de pessoas dizendo que ele não era a favor das boas obras ou que era liberal ao pecado, quando na verdade ele pregava as obras que provém da fé, ou seja, que são um fruto dela. Lutero era contra as obras como CAUSA da salvação, como os católicos pregavam e como já vimos que é uma doutrina falsa. Mas ele era totalmente a favor das obras “da fé”, isto é, daquelas que provém da fé salvífica.
 
Aí veio os católicos e disseram que Lutero proibia toda e qualquer obra e que era a favor do pecado! Infelizmente Lutero, já morto, não pode se levantar do túmulo para refutar essas calúnias, mas felizmente temos este texto escrito por Lutero ainda vivo sobre as acusações semelhantes que eram feitas contra ele naquela época. Portanto, temos documentado aquilo que Lutero diria se estivesse entre nós hoje, o que refuta as suas acusações sobre ele, que você viu em algum site católico destes que estão por aí.
 
 
Ponto 8. Sobre os apócrifos, este é outro tema que eu não pretendo me alongar muito. Mas você pensa da mesma forma que a totalidade dos católicos – que Lutero RETIROU estes livros da Bíblia, quando na verdade, os próprios doutores católicos da época rejeitavam tais livros apócrifos. Sobre isso confirma TODAS as informações historicamente confirmadas e passadas por escrito. Vejamos algumas dessas citações dos mais famosos, ao longo dos séculos:
 
JERÔNIMO
 
"Este prólogo, como vanguarda (principium) com capacete das Escrituras, pode ser aplicado a todos os Livros que traduzimos do Hebraico para o Latim, de tal maneira que possamos saber que tudo quanto é separado destes deve ser colocado entre os Apócrifos. Portanto, a sabedoria comumente chamada de Salomão, o livro de Jesus, filho de Siraque, e Judite e Tobias e o Pastor [supõe-se que seja o Pastor de Hermas], não fazem parte do cânon. Descobri o Primeiro Livro de Macabeus em Hebraico; o Segundo foi escrito em Grego, conforme testifica sua própria linguagem" ("Prologus Galeatus")

“E assim há também vinte e dois livros do Antigo Testamento; isto é, cinco de Moisés, oito dos profetas, nove dos hagiógrafos, embora alguns incluam Ruth e Kinoth (Lamentações) entre os hagiógrafos, e pensam que estes livros devem contar-se por separado; teríamos assim vinte e quatro livros da Antiga Lei” (Prefácio aos Livros de Samuel e Reis. Em Nicene and Post-Nicene Fathers, 2nd Series, vol. 6, p. 489-490)
"E assim da mesma maneira pela qual a igreja lê Judite e Tobias e Macabeus (no culto público) mas não os recebe entre as Escrituras canônicas, assim também sejam estes dois livros úteis para a edificação do povo, mas não para estabelecer as doutrinas da Igreja" ("Prefácio dos Livros de Salomão")

"Para os católicos, os apócrifos são certos livros antigos, semelhantes a livros bíblicos, quer do N.T, quer do V.T, o mais das vezes atribuídos a personagens bíblicos, mas não inspirados, como os livros canônicos, e nem escritos por pessoas fidedígnas nem de doutrina segura" (Introdução Geral a Vulgata Latina, p.9)

“Como a Igreja lê os livros de Judite e Tobite e Macabeus, mas não os recebe entre as Escrituras canónicas, assim também lê Sabedoria e Eclesiástico para a edificação do povo, não como autoridade para a confirmação da doutrina
(Prefácio aos Livros de Samuel e Reis. Em Nicene and Post-Nicene Fathers, 2nd Series, vol. 6, p. 489-490)

“Que [Paula] evite todos os escritos apócrifos, e se ela for levada a lê-los não pela verdade das doutrinas que contêm mas por respeito aos milagres contidos neles, que ela entenda que não são escritos por aqueles a quem são atribuídos, que muitos elementos defeituosos se introduziram neles, e que requer uma perícia infinita achar ouro no meio da sujeira” (Epístola 107:12 - Nicene and Post-Nicene Fathers, 2nd Series, vol. 6, p. 194)
ORÍGENES

“Ao explicar o salmo primeiro, ele [Orígenes] faz uma exposição do catálogo das Sagradas Escrituras do Antigo Testamento, escrevendo textualmente como segue: "Não se pode ignorar que os livros testamentários, tal como os transmi¬tiram os hebreus, são vinte e dois, tantos como o número de letras que há entre eles." Logo, depois de algumas frases, continua dizendo: "Os vinte e dois livros, segundo os hebreus, são estes: o que entre nós se intitula Gênesis, e entre os hebreus Bresith, pelo começo do livro, que é: No princípio; Êxodo, Ouellesmoth, que significa: Estes são os nomes; Levítico, Ouikra: E chamou; Números, Ammesphekodeim; Deuteronômio, Elleaddebareim: Estas são as palavras; Jesus, filho de Navé, Josuebennoun; Juízes e Rute, para eles um só livro: Sophtein; I e II dos Reis, um só para eles: Samuel, O eleito de Deus; III e IV dos Reis, em um: Ouammelchdavid, que significa Reino de Davi; I e II dos Paralipômenos, em um: Dabreiamein, isto é: Palavras dos dias; I e II de Esdras em um: Ezra, ou seja, Ajudante; Livro dos Salmos, Spharthelleim; Provérbios de Salomão, Meloth; Eclesiastes, Koelth; Cantar dos Cantares (e não, como pensam alguns, Cantares dos cantares), Sirassireim; Isaías, Iessia; Jeremias, junto com as Lamentações e a Carta, em um: Ieremia; Daniel, Daniel; Ezequiel, Iezekiel; Jó, Iob; Ester, Esther. E além destes estão os dos Macabeus, que são intitulados Sarbethsabanaiel" (Citado por Eusébio em “História Eclesiástica”, Livro VI, Cap.25)
RICARDO DE SÃO VÍTOR

“Os livros apócrifos de Sabedoria, Eclesiástico, Tobias, Judite e os Macabeus, apesar de autorizados para a leitura na Igreja, não foram recebidos como canônicos (Ricardo de São Vítor, Tractatus Exceptionum: Qui continet originem et discretionem artium, situmque terrarum, et summam historiarum; distinctus in quatuor libros. Livro II, Capítulo IX. De duobus Testamentis)

PEDRO CELÊNSIO

“O cânon do Velho Testamento consiste de vinte e quatro livros (Pedro Celênsio, De Panibus. Cap 2)

RUPERT DE DEUTZ

“O livro de Sabedoria não é canônico”
(Rupert de Deutz, Comentário em Gênesis, Livro III, Capítulo 31)
NICOLAS DE LYRA

“Quando se trata de legitimar o uso do argumento bíblico, Nicolas não somente seguiu a visão comum das escolas por evitar interpretações místicas, mas também o uso de livros deuterocanônicos... Para Nicolas, os livros deuterocanônicos, como interpretações místicas, eram úteis apenas para instrução moral. Em sua Postilla litteralis em Esdras 1:1, Nicolas justificou saltar Tobias, Judite e Macabeus até que ele tenha comentado os livros canônicos (Nicholas of Lyra, Postilla literalis in librum Edsrae, BIBLIA SACRA (Lyon, 1589) vol. 2, col. 1276)

“A segunda forma de demonstração é pela autoridade das santas e canônicas Escrituras. Eu digo ‘canônicas’ por causa dos livros de Tobias, Judite, Sabedoria, Eclesiástico e Macabeus, cuja autoridade não é eficaz para provar nada que vem em disputa, como Jerônimo diz em seu Prólogo de Capacete, colocado antes do livro de Reis” (Secundus per auctoritates sacre scripture canonice)

WILLIAM DE OCKHAM

“De acordo com Agostinho, como é mantido em Distich IX em vários capítulos, A Sagrada Escritura deve ser estabelecida antes das letras e escritos de todos os bispos e outros. Assim como temor e honra devem ser oferecidos aos escritores sagrados da Bíblia, de forma que não se creia que eles erraram em nada, tal temor e honra não deve ser oferecido a ninguém além deles. De acordo com Jerônimo no prólogo aos livros de Provérbios e Gregório na Moralia, os livros de Judite, Tobias e Macabeus, Eclesiástico e Sabedoria não devem ser tomados para confirmar qualquer elemento de fé. Pois Jerônimo diz, como diz Gregório: a Igreja lê os livros de Judite, Tobias, e Macabeus, mas não aceitam eles entre as escrituras canônicas (Guillelmus de Occam O.F.M., Opera Plurima (Lyon, 1494-1496)
CARDEAL CAJETANO

“Aqui fechamos nossos comentários dos livros históricos do Velho Testamento. Sobre o resto (ou seja, Judite, Tobias e os livros de Macabeus) são contados por São Jerônimo fora dos livros canônicos, e são colocados junto com os Apócrifos, junto com Sabedoria e Eclesiástico, como se deixa claro no Prologus Galeatus. Não fique perturbado, como um estudioso novato, se você encontrar em qualquer lugar, ou nos sagrados concílios ou sagrados doutores, estes livros reconhecidos como canônicos. Pois as palavras bem como os concílios bem como doutores devem ser reduzidos à correção de Jerônimo. Agora, segundo seu julgamento, na epístola aos bispos Cromácio e Heliodoro, estes livros (e qualquer outro livro igual no cânon bíblico) não são canônicos, ou seja, não possuem a natureza de uma regra para confirmar questões de fé. Com a ajuda desta distinção você pode ver seu caminho claramente através do que Agostinho diz, e pelo que está escrito no concílio provincial de Cartago” (Cajetano, Comentário em todos os autênticos Livros Históricos do Velho Testamento, no ultimo Capítulo de Esther)

GREGÓRIO, O GRANDE

“Com referência a qual particular nós não estamos agindo de forma irregular, se dos livros, apesar de não canônicos, ainda trazidos para a edificação da Igreja, nós trouxermos testemunho. Assim Eleazar na batalha golpeou e derrubou um elefante, mas caiu debaixo da própria besta que matou (1 Macabeus 6.46)” (Fonte: http://www.lectionarycentral.com/GregoryMoralia/Book19.html)
RADULFO FLAVICÊNCIO
“Nas Sagradas Escrituras, há quatro tipos de discurso: histórico, profético, proverbial e simples. História está relatando fatos passados, como nos cinco livros de Moisés. Nisto, apesar dos temas a respeito dos quais são escritos estarem cheios de figuras, não obstante o legislador declara estas coisas serem ordenadas pelo Senhor, ou cumpridas por ele mesmo ou seu povo. Da mesma forma, os livros de Josué, Juízes, Rute, Reis, Crônicas, Esdras, Ester, os quatro Evangelhos e os Atos dos Apóstolos pertencem à história sagrada. De Tobias, Judite e Macabeus, apesar deles serem lidos para a instrução da Igreja, no entanto não possuem completa autoridade (Radulfo Falvicêncio, Comentário em Levítico, Prefácio ao livro XIV)

JOÃO DE SALISBURY

“E assim eu fico feliz de tomar para você as questões propostas, e respondê-las, com permissão feita para minhas presentes oportunidades e tarefas urgentes, não como eu deveria, mas tão bom quanto eu puder por enquanto. As questões foram: qual você acredita ser o número dos livros do Velho e Novo Testamento, e quem são seus autores... Sobre o número dos livros eu me encontrei lendo diversas e numerosas opiniões dadas pelos pais; e assim eu sigo Jerônimo, professor da Igreja Católica, de quem eu mantenho ser a testemunha mais segura em estabelecer a base da interpretação literal. Assim como é aceito que há vinte e duas letras no alfabeto hebraico, assim acredito sem sombra de dúvidas que há vinte e dois livros no Velho Testamento, divididos em três categorias(Letters of John of Salisbury, W.J. Millor S.J. e C.N.L. Brooke, editores - Oxford: Clarendon, 1979 -, Carta 209, páginas 317, 319, 321, 323, 325)
HUGO DE SÃO VÍTOR

“A primeira subseção do Velho Testamento é a lei, que os hebreus chamam de thorath, contém o Pentateuco, que são os cinco livros de Moisés. Nesta subseção o primeiro é Beresith, que é Gênesis; segundo Hellesmoth, que é Êxodo; terceiro é Vagethra, que é Levítico; quarto Vagedaber, que é Números; quinto Elleaddaberim, que é Deuteronômio. A segunda subseção é a dos profetas e contém oito textos. O primeiro é Bennum, que é, Filho de Nun, que é chamado de Josué e Jesus e Jesus Nave.O Segundo é Sathim, que são os Juízes; terceiro Samuel, que é primeira e segunda Reis; quarto Malaquias, que é terceira e quarta Reis; quinto Isaías; sexto Jeremias; sétimo Ezequiel; oitavo Thereasra, que são os doze profetas. A terceira subseção tem nove livros. Primeiro é Jó, segundo Davi, terceiro Masloth, que em grego é Parabolae mas em latim é Provérios, isto é de Salomão; quarto Coeleth, que é Eclesiastes; quinto Sirasirim, que é o Cântico dos cânticos; sexto Daniel, sétimo Dabreiamin, que são as Crônicas; oitavo Esdras; nono Ester. Todos eles se somam vinte e dois. Além disto, há alguns outros livros, tais quais a Sabedoria de Salomão, o livro de Jesus filho de Siraque, e o livro de Judite, Tobias e o livro dos Macabeus que são lidos mas não são considerados no cânon. A estes vinte e dois livros do Velho Testamento... Então os escritos dos santos pais, que são Jerônimo, Agostinho, Ambrósio, Gregório, Isidório, Orígenes, Beda e os outros doutores, que são incontáveis. Estes escritos patrísticos não são contados no texto das Santas Escrituras, assim como no Velho Testamento, como temos dito, há certos escritos que não estão inscritos no cânon e ainda são lidos, como a Sabedoria de Salomão, etc. E assim o texto das Sagradas Escrituras, como um corpo inteiro, é principalmente contido em trinta livros, vinte e dois destes são reunídos no Velho e oito no Novo Testamento”
(Hugo de São Vítor, De Scripturis et Scriptoribus Sacris)
“Estes são todos, que são cinco e oito e nove, fazendo vinte e dois, assim como o número das letras no alfabeto hebraico, assim que a vida do justo possa ser instruída no caminho da salvação por tantos livros quanto as letras educam as línguas do inteligente em eloquência. Há alguns outros livros além destes no Velho Testamento, que são algumas vezes lidos, mas eles não estão inscritos no corpo do texto ou no cânon autorizado, tais quais os livros de Tobias, Judite, e os Macabeus, e um chamado a Sabedoria de Salomão e Eclesiástico. O Novo Testamento contém os Evangelhos, Apóstolos e Pais. Há quatro Evangelhos: Mateus, Marcos, Lucas e João. Da mesma forma há quatro volumes dos escritos apostólicos: o ato dos Apóstolos, as Epístolas de São Paulo, as Epístolas Canônicas e o Apocalipse, que são adicionadas aos vinte e dois livros do Velho Testamento mencionados acima fazendo trinta, e as Sagradas Escrituras estão completas em seu corpo. Os escritos dos Pais não são contados no corpo deste texto, porque eles não adicionam nada a ele, mas eles explicam o que está contido nos mencionados acima, e eles os extendem mais amplamente e os fazem mais claros” (Hugo de São Vítor, De sacramentis. Prólogo, Cap. VII)
 
“Hugo de São Vítor... enumera os livros da Bíblia hebraica em um capítulo ‘Sobre o número dos livros nos escritos sagrados’ e continua dizendo: ‘Há também no Velho Testamento certos outros livros que são de fato lidos [na igreja] mas não são inscritos no corpo do texto ou no cânon de autoridade: tais são os livros de Tobias, Judite e os Macabeus, a chamada Sabedoria de Salomão e Eclesiástico’. Aqui, é claro, a influência de Jerônimo pode ser discernida: para estudantes medievais da Bíblia na igreja latina não havia mestre a ser comparado com ele” (F.F. Bruce, The Canon of Scripture - Downers Grove: Intervarsity, 1988 -, páginas 99-100)

ANTONINO

“Os judeus,... de acordo com Jerônimo em seu prólogo Galeatus... criaram quatro divisões dos livros do Velho Testamento. A primeira eles chamam de Lei... a segunda de Profetas,... a terceira de Hagiografia,... a quarta (que os judeus não colocam no cânon das Escrituras Sagradas mas chamam de Apócrifos) eles fazem com os outros cinco livros, a saber, Sabedoria, Eclesiástico, Judite, Tobias e Macabeus, que é dividido em dois livros; a respeito destes cinco livros Jerônimo diz em seu prólogo a Judite, que sua autoridade é julgada menos que apropriada para fortalecer aquelas coisas que vierem em disputa... E Tomás diz a mesma coisa na Secunda secundae, e Nicolas de Lyra em Tobias, a saber, que eles não possuem tal autoridade, que não se pode ser argumentado de suas palavras o que pertence à fé, como outros livros das Escrituras Sagradas. Daí, talvez, eles possuem tanta autoridade quanto as palavras dos sagrados Doutores aprovados pela Igreja(Sancti Antonini, Archiepiscopi Florentini, Summa Theologica, In Quattuor Partes Distributa, Pars Tertia, Tit xviii, Cap vi, Sect 2, De Dilatatione Praedicationis, Col 1043-1044)
 
Portanto, não foram os evangélicos que retiraram sete livros da Bíblia, mas os católicos que acrescentaram naquele mesmo Concílio de Trento, que, como vimos, disse um monte de bobagem, mas todo mundo tem que crer em submissão absoluta à sua suposta “infalibilidade”.
 
 
Ponto 9. Você também argumentou que os apóstolos utilizavam a versão que trazia esses livros a mais” (presumo que você esteja se referindo à Septuaginta), mas infelizmente se esqueceu de mencionar que ela também trazia muitos outros livros que JAMAIS foram aceitos pela Igreja Católica! E aí, como que fica?
 
Se você quiser sustentar este frágil argumento e levá-lo adiante, terá também que sustentar a plauseabilidade e veracidade de inúmeros livros que NUNCA foram aceitos pela ICAR e também que RETIRAR livros apócrifos que os católicos consideram “canônicos”, porque não estão inseridos nos mais antigos códices da Septuaginta! Se nos limitarmos aos mais antigos códices da Septuaginta que se conservam, ou seja o Alexandrino (A), o Vaticano (B) e o Sinaítico (C), vemos que:

(A) O Códice Alexandrino, do século V, inclui as adições gregas a Ester e Daniel, Baruc, Tobite, Judite, 1 e 2 Macabeus, a Sabedoria de Salomão, e a Sabedoria de Jesus ben Sirá (Eclesiástico). Mas
também inclui livros que a Igreja Católica nunca admitiu como canônicos, a saber: 1 Esdras (não confundir com o Esdras canônico), 3 e 4 Macabeus e, no Novo Testamento, 1 e 2 Clemente e os Salmos de Salomão.

(B) O Códice Vaticano, do século IV, inclui a Sabedoria, o Eclesiástico, adições a Ester e Daniel, Judite, Tobite, Baruc com a epístola de Jeremias, mas também 1 Esdras,
nunca aceito como canônico, e exclui os livros dos Macabeus.

(C) O Códice Sinaítico, também do século IV, inclui Tobite, Judite, 1 Macabeus e ambas as Sabedorias.
Faltam Baruc e 2 Macabeus, mas estão 4 Macabeus e, no NT, a Epístola de Barnabé e um fragmento de O Pastor de Hermas, livros nunca tidos por canônicos pela Igreja Católica.
 
Fernando Saraví, em seu blog “Conhecereis a Verdade”, resume a questão da seguinte maneira:
 
“Portanto, a presença dos livros eclesiásticos/deuteros/apócrifos nestes códices não é mais garantia da sua canonicidade do que a de 3 e 4 Macabeus, 1 Esdras, 1 e 2 Clemente, a Epístola de Barnabé ou O Pastor de Hermas” (http://conhecereis-a-verdade.blogspot.com.br/2010/01/o-canon-do-antigo-testamento.html)
 
Se fôssemos levar a sério a consideração católica de que os livros apócrifos devem ser aceitos por estarem na Septuaginta, então também deveríamos aceitar como canônicos os livros:
 
a. 1 Esdras (A e B)
b. 3 Macabeus (A)
c. 4 Macabeus (A e C)
d. 1 Clemente (A)
e. 2 Clemente (A)
f. Salmos de Salomão (A)
g. Epístola de Barnabé (C)
h. Pastor de Hermas (C)
 
E teríamos que retirar da Bíblia Católica os livros:
 
a. 1 Macabeus (B)
b. 2 Macabeus (B e C)
c. Baruc (C)
 
Em outras palavras, vocês fariam a maior confusão e salada de frutas na Bíblia de vocês se seguissem realmente esta linha argumentacional, que foi feita somente como uma “pegadinha” contra protestantes desinformados, mas que é facilmente destronável por qualquer um que tenha um mínimo de estudo e conhecimento.
 
 

Por Cristo e por Seu Reino,

Lucas Banzoli.

 

 

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